Coordenado pela professora Reijane Tolentino, do curso de Agroecologia da Universidade Estadual de Goiás, o projeto “Horta Comunitária no Lar dos Idosos” levou para aquela instituição no município de Campos Belos a produção de alimentos saudáveis e orgânicos. O projeto foi desenvolvido na disciplina “Empreendedorismo” e teve como protagonistas os alunos do primeiro semestre do curso.
Para justificar a atividade, além do trabalho acadêmico em sentido formal, a turma entendeu que era importante oferecer uma contribuição concreta à sociedade e mais especificamente àqueles idosos tão carentes. “Porque o Asilo sobrevive de doações da comunidade e comerciantes. A UEG como parte desta sociedade, desenvolve projetos de interação e crescimento da mesma. Assim a horta comunitária do lar dos idosos foi pensada para integrar a universidade, comunidade e acadêmicos com um trabalho de empreendedorismo social”, assinala Reijane.
“Acredito que ter participado desse projeto acrescentou muito na minha formação acadêmica, pois além de aprender na prática o que a sala de aula e os livros nos oferecem, saber que podemos dedicar parte de nosso tempo a quem precisa é o melhor empreendimento a se realizar nessa vida”, destaca William Fonseca, estudante da UEG.
Judite Barbosa, mais conhecida como Baiana, é a guardiã do Lar dos Idosos. Sempre numa luta incansável para manter a casa com a dignidade necessária aos velhinhos que ali residem, Baiana não mede esforços de buscar parcerias, e entende que a UEG significou muito com esse projeto. “Para nós é motivo de louvor que os alunos tenham nos trazido esse presente: canteiros para a alimentação, e mais que isso: alimento saudável a nossas 'crianças'. Agradecemos a colaboração e pedimos que venham sempre ajudar esses que tanto ajudaram nosso Brasil: os idosos”, ressalta Judite, que prefere chamar os velhinhos carinhosamente de “minhas crianças”.
“Mais que construir canteiros, os alunos vivenciaram uma experiência de grande riqueza, com trocas mútuas em que os idosos puderam interagir e se divertir enquanto produziam. Aos estudantes a certeza: levaram uma fonte adicional de alegria àquela boa gente mais velha, e trouxeram experiências inigualáveis para suas vidas e profissão”, reitera ainda o professor Carloeme Alves, que participou da fabricação dos canteiros.
O projeto se encerrou no dia 26 último com a confecção de um mural de fotos na UEG para lembrar permanentemente o dever da instituição com a comunidade.
A Agroecologia e o empreendedorismo
Criado em 2017 a partir do novo paradigma de desenvolvimento sustentável e da produção de alimentos saudáveis, o curso tecnólogo em Agroecologia da UEG veio de fato para inovar e oferecer à região do nordeste goiano e do sudeste tocantinense mais que ensino: uma forma de integração permanente com a comunidade, orientando novos processos de produção e, como dizem os alunos, “metendo a mão na massa”, trabalhando diretamente na feitura de canteiros de horta comunitária em vários pontos da região em que são demandados no curso.
Para a professora Reijane, “é preciso desenvolver profissionais capazes de promover a implementação de medidas socioambientais, que permitam o investimento em avanços tecnológicos sem provocar grandes prejuízos à comunidade e ao meio ambiente local. Empreender é buscar oportunidades, para assumir riscos e criar coisas novas”, assinala.
Na visão de Francielle Rego, Coordenadora do Curso, “hoje, precisamos desta atitude em vários níveis: nível individual, porque o empreendedorismo é uma via eficaz para a auto-realização e felicidade; nível organizacional, porque as empresas precisam de uma cultura de empreendedorismo para sobreviver, pois no dia em que uma empresa acha que está segura na sua velocidade, torna-se um alvo perfeito para a concorrência; e por fim, nível das sociedades, porque o empreendedorismo já provou ser uma poderosa solução para os problemas que os governantes não conseguem resolver”, destaca a coordenadora.
Estudante de Agroecologia, Abmael Santos, afirma que “o empreendedor precisa ser um agente de mudanças, não só de forma lucrativa, mas principalmente no no setor civil, pois desenvolve ações que influenciam o desenvolvimento responsável e sustentável da sociedade, propondo inovações com retornos positivos para a população, para o ambiente e para a economia. Foi por isso que eu escolhi esse curso”, enaltece.
Agroecologia é um curso de 3 anos, e nos mesmos moldes dos bacharelados e licenciaturas, é reconhecido pelo Ministério da Educação como um curso superior pleno.